Nordeste / Indicadores preocupam

Ofertas de emprego crescem no Nordeste e acidentes acompanham o ritmo

O número de investimentos e de empreendimentos em execução no Nordeste tem proporcionado à Região um crescimento econômico histórico. Em 2010, a economia nordestina teve um aumento de 7,8%, percentual superior ao vivido pelo país, que foi de 7,6%. Além disto, o desenvolvimento dos nove estados que compõem o Nordeste (Bahia, Ceará, Pernambuco, Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Maranhão e Paraíba) também tem repercutido no seu PIB (Produto In­terno Bruto). Segundo o BNB (Banco do Nordeste), o PIB regional teve um crescimento de 8,3% no último ano, enquanto que o nacional cresceu 7,5% em relação a 2009.

Outro indicador de desenvolvimento do Nordeste é o número de empregos formais. De acordo com o MTE/RAIS (Ministério do Trabalho e Emprego/Relatório Anual de Informações Sociais), houve um aumento de 7,9% na taxa de empregabilidade, em comparação a 2009 (de 7.422.186 trabalhadores com carteira assinada para 8.010.839 em 2010). No mesmo período, o emprego formal cresceu 6,9% no Brasil. A indústria da construção civil é uma das principais responsáveis por proporcionar este aumento no regime celetista. Com base nos dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), no último ano foi registrada uma alta de 27,4% no percentual de ocupação do setor em relação a 2009.

Estados como Alagoas, Bahia, Ceará, Pernambuco e Piauí vêm registrando o crescimento do trabalho formal no setor da construção desde 2009. Os trabalhadores alagoanos, por exemplo, foram os profissionais do Nordeste que tiveram o maior índice de entrada no mercado da construção civil entre 2008 e 2009. De 13.849 trabalhadores inseridos no setor em 2008, saltaram para 18.673 no ano seguinte, o que representa um aumento de 34,8% no contrato formal. Piauí vem em segundo, com uma elevação de 33,1% (passou de 20.266 profissionais para 26.975) na empregabilidade no setor, e a Bahia em terceiro, com 30,8% (de 98.522 para 128.894).

Acidentalidade

No entanto, o número de acidentes de trabalho no setor acabou acompanhando o aumento da oferta de emprego na área. Entre 2008 e 2009, Alagoas sofreu uma elevação de 32,5% no número de acidentes na indústria da construção, passando de 311 agravos para 412. Alta similar também ocorreu em Pernambuco. No mesmo período, o estado contabilizou um acréscimo de 31,6% nas ocorrências no setor (de 1.166 acidentes em 2008, para 1.534 em 2009), além do aumento de 61,5% nos óbitos, elevando a taxa de mortalidade (número de óbitos para cada grupo de 100 mil trabalhadores) para 24,75.

O Maranhão, por sua vez, gerou a maior taxa de mortalidade da Região na área da construção. Em um grupo de 100 mil trabalhadores, 42,75 perderam a vida em decorrência de um acidente fatal durante a jornada de trabalho. O alto percentual ainda fez com que a construção se tornasse a atividade profissional de maior risco de vida para os maranhenses. Mesma constatação pode ser feita em Sergipe, onde a média de mortalidade na área da construção é de 32,22.

Em 2010, a Região Nordeste respondeu por 12,7% dos acidentes de trabalhos ocorridos no país. Ao todo, foram registrados 89.485 agravos. Se comparadas às notificações de 2009, os nordestinos apresentaram a menor redução de acidentes no País. Houve uma queda de apenas 2,9% nas ocorrências. Em contrapartida, foi a Região que apresentou o menor percentual de acidentes por trabalhadores no último ano. Em um grupo de 100 mil trabalhadores, 1.117 sofreram algum tipo de acidente.

Incidência

Por concentrar o maior contingente de trabalhadores em atividade (2.139.232), o estado da Bahia contabilizou também o maior número de acidentes de trabalho em 2010. Os baianos sofreram 23.934 agravos. Já os pernambucanos, que se encontram na segunda posição de maior efetivo de trabalhadores (1.536.626), obtiveram o segundo maior número de registros: 19.936. Só que, numa comparação entre registro de acidentes e número de trabalhadores, a Bahia apresentou um resultado melhor. A sua taxa de acidentalidade (acidentes por 100 mil trabalhadores) em 2010 foi de 1.119, enquanto que a média de Pernambuco ficou em 1.297.

Além disto, a Bahia contabilizou a segunda maior redução de acidentes entre os estados que compõem a Região Nordeste de 2009 para 2010. A sua queda foi de 9,6% (26.483 registros em 2009 para 23.934 em 2010). Já o Rio Grande do Norte, detentor do maior índice de diminuição de acidentes nos dois últimos anos, 21,3% (de 8.923 para 7.023 ocorrências), acabou tendo a terceira média mais elevada de acidentes laborais no ambiente de trabalho. De cada grupo de 100 mil profissionais no estado, 1.221 foram vítimas de acidentes de trabalho.

Pernambuco foi o estado que contabilizou a maior elevação de registros acidentários entre 2009 e 2010: 7% (18.629 acidentes notificados no ano anterior para 19.936). Piauí, Alagoas e Ceará também tiveram aumento em suas notificações no último ano: de 3.118 para 3.226 (3,5%), de 9.065 para 9.185 (1,3%) e de 11.936 para 12.135 (1,7%), respectivamente.

Os alagoanos, no entanto, são as maiores vítimas de acidentes do trabalho, na Região Nordeste, nos últimos 21 anos. A média de acidentes e doenças laborais no estado entre 1990 e 2010 é de 1.207 para cada grupo de 100 mil trabalhadores, enquanto que o índice de acidentalidade dos piauienses é de 376, número 68,8% menor do que fora contabilizado em Alagoas neste mesmo período. Os baianos ocuparam a segunda posição em número de acidentes por trabalhadores. A média foi de 1.001 ocorrências para cada 100 mil colaboradores.

Óbitos

No último ano, a Bahia ostentou o posto de unidade federativa que gerou o maior número de acidentes fatais. Ao todo, foram registrados 119 óbitos. Pernambuco ficou logo atrás, tendo notificado 98 mortes entre seus trabalhadores. Só que o Ceará contabilizou o maior aumento de acidentes fatais, em relação a 2009. Passou de 48 óbitos para 68 em 2010, o que representa uma elevação de 41,7% em sua taxa de mortalidade relacionada ao trabalho. Por este resultado, o estado notifica a morte de 56 trabalhadores a cada 10 mil acidentes laborais, média 40% superior à apresentada em 2009, que era de 40 óbitos.

Na base de comparação entre os dois últimos anos, o Piauí também não contabilizou um bom resultado, tendo tido um aumento de 31,6% nos seus registros de acidentes fatais. Passou de 19 para 25 óbitos. Apenas o Rio Grande do Norte e a Bahia obtiveram redução em suas notificações de mortes no trabalho. Enquanto que os norte-rio-grandenses constataram uma queda de 28,6% em seus acidentes fatais (de 21 óbitos em 2009 para 15 em 2010), os baianos reduziram em 1,6% o registro de mortalidade (de 121 para 119 mortes no ano passado).

O número de acidentes fatais, ano após ano, no Piauí coloca o estado nordestino como aquele que detém a maior média de mortalidade nos últimos 21 anos. Estima-se que entre 1990 e 2010 tenham ocorrido 374 mortes decorrentes do trabalho para cada 10 mil acidentes registrados. Com base nesta mesma média de acidentes fatais nos últimos 21 anos, observa-se que o Maranhão computou 271 óbitos para cada 10 mil acidentes transcorridos.

No que se refere aos acidentes que provocaram incapacitações permanentes entre os trabalhadores em 2010, a Bahia novamente apresentou um percentual elevado de ocorrências, pois teve uma alta de 16,5%. De 1.088 agravos que culminaram na incapacidade permanente para a prática do exercício laboral em 2009, passou para 1.268 em 2010. No entanto, o Rio Grande do Norte, a Paraíba e o Maranhão contabilizaram os maiores aumentos deste tipo de consequência: 44,8 % (de 134 casos para 194), 26,7% (de 150 para 190) e 24,3% (de 210 para 261 incapacitações permanentes para o trabalho), respectivamente. O estado de Pernambuco foi o único da Região a registrar uma queda nos casos de profissionais que ficaram permanentemente incapacitados para o ofício a que se dedicavam. Dos 303 casos notificados em 2009, baixou para 287 em 2010, uma redução de 5,3% nas ocorrências do gênero.


Fonte:.Revista proteção.

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